Situação dos Alimentos Orgânicos no Brasil

Foto: Avolverde

Nos últimos anos, cresce consideravelmente no Brasil as discussões que permeiam sobre os Alimentos Orgânicos. Diversas mídias publicam informações constantes sobre a importância desses produtos no mercado nacional. E a lógica é simples. São alimentos que não se aplicam agrotóxicos para o controle de pragas, e sendo assim, tornam-se produtos mais vantajosos para a saúde.

Os cuidados vão além de não aplicar venenos em lavouras, mas também de outros fatores contaminem os alimentos. Podemos citar como exemplo o uso de água limpa, a proibição de aplicar adubos artificiais, entre outros. Esses fatores fazem dos alimentos orgânicos respeitável entre os consumidores, médicos e especialistas.

Mas como combater as pragas sem usar agrotóxicos? A tarefa não é fácil, temos que reconhecer. Porém, muitas técnicas naturais foram criadas para combater insetos mais comuns que transmitem doenças na agricultura. Algumas dessas técnicas já eram usadas em séculos passados, mas caíram no desusos após o surgimento dos agrotóxicos. 

Ainda hoje, pessoas que trabalharam na agricultura nas décadas de 1940 ou 1950 lembram bem das armadilhas naturais que emanam cheiros para atrair os insetos machos. Eles caíam em cola, e por alíi ficavam. Também era usado plantio de feijão no meio do café, por exemplo. O feijão atraia algumas pragas, evitando ataques nos pés de café. 

Recentemente, outro ramo da Agricultura Orgânica são as carnes orgânicas. É meio estranho pensar como esse tipo de alimento pode ser considerado orgânico, mas o princípio é fácil. Na produção de carnes no Brasil, os animais, como o boi, recebem dosagens de alguns hormônios que favorecem a engorda do animal. Além dos pastos - o Brasil é o único país no mundo com maiores áreas de pastos - os animais também consomem rações modificadas. De certa forma, quando o ser humano consome dessa carne, estará ingerindo também todas as substâncias usadas para acelerar a engorda dos mesmos. Na produção orgânica de carnes, a única substância estranha é proveniente da vacinação contra a febre aftosa, que por lei, todo animal deve ser vacinado no Brasil. Sendo assim, a carne orgânica é bem mais saudável.

Infelizmente, o nosso país está bem atrasado nesse tipo de produção. A falta de tecnologia e investimentos por parte do governo impedem que os agricultores apliquem na prática a agricultura orgânica. Uma das desvantagens é que o custo final para o produtor e consumidor são muito altos e nem todos podem consumir alimentos caros, principalmente em épocas de crises econômicas globais. 

Mas alguns passos importantes foram dados. Estima-se que a produção de alimentos orgânicos cresce 30% ao ano no país. A Lei 10.831, de 2003 beneficia para esse aumento. Essa lei prevê que para ser considerado alimentos orgânicos, os agricultores devem receber selos de certificação. Esses selos garantem que os produtores seguem todas as normas que regem na produção e comercialização dos mesmos. 

Avanços importantes foram dados. Agora, cabe ao governo facilitar e investir na produção de orgânicos no Brasil.

Para mais informações sobre a agricultura orgânica no Brasil, pode acessar também a página do Ministério da Agricultura.

Artigo de Paulo Augusto Sebin - jornalista.